Monday, October 16, 2006

Existem muitas histórias sobre as cias. telefônicas (especialmente a Brasil Telecom GSM).
Mas acho que essa supera todas. Se você tem uma melhor, eu gostaria de conhecê-la.
Tudo parece um conto de ficção (ou de terror). Leia até o fim e veja se não concorda comigo.
Em outubro de 2004 contratei com a Brasil Telecom GSM uma assinatura de linha celular pós-paga, com franquia de 500 minutos, que seriam compartilhados em 3 números, em nome de empresa.
Por um problema burocrático interno da Brasil Telecom (ou de quem a representava), já era dezembro (não esqueça, de 2004!) e o serviço ainda não estava implantado.
Como havia comentários de que a promoção “Pula-Pula” terminaria no Natal daquele ano, e como a loja que vendeu o contrato não me garantia essa implantação a tempo (sujeitando-me a perder a promoção), cancelei o contrato, por sugestão do próprio representante (Sr. Eduardo, Telemóvel Brasil), e adquiri outras linhas, em nome de pessoa física, que resolve na hora.
Ficou perfeitamente esclarecido, na ocasião, que a compra dos 3 aparelhos escolhidos (cuja aquisição fora autorizada com o cartão do crédito) não seria concretizada mesmo porque, conforme me informaram previamente, era esse o procedimento, para evitar que houvesse uma aquisição de aparelhos sem a respectiva ativação das linhas, caso surgisse algum problema de restrição de crédito, etc.
No dia 10 de janeiro de 2005, vinte dias após o cancelamento do contrato (cuja confirmação está em meu poder), recebi em casa os aparelhos. Nem abri a embalagem, e avisei a Brasil Telecom para que os recolhesse (já tinha até comprado outros aparelhos e outras linhas).
Pediram para que eu relatasse o ocorrido através de e-mail, e o recolhimento dos aparelhos seria feito.
Fiz tudo conforme orientado, mas nada aconteceu.
Ou melhor, aconteceu, sim.
No mês seguinte recebi a conta, como se a linha estivesse ativa. Não recebi UMA, mas CINCO contas.
Ou seja, assinei UM contrato, foram implantados CINCO! Para 2.500 minutos!
Já ouvi falar em aparelhos clonados, mas contratos clonados eu desconhecia!
A informação de que se tratava de um equívoco, que eu desconsiderasse o envio dessas faturas, que tudo seria cancelado, que os aparelhos seriam recolhidos, que o débito no cartão de crédito não aconteceria, etc. etc., me tranqüilizou. (Mal sabia eu que ter tranquilidade com a Brasil Telecom é utopia). Recebi até os números dos protocolos do cancelamento das faturas (e, obviamente, dos contratos).
Tranqüilidade que durou pouco. No mês seguinte, chegaram: o débito da primeira parcela da compra dos aparelhos no cartão e, novamente, as cinco faturas.
E vamos a horas de penitência no 0800.
Depois de longas explicações, contando tudo desde o início (os atendentes sempre acham que o cliente está errado), novas justificativas para o acontecido, como “o cancelamento ainda não entrou no sistema”, etc.etc.
E assim, a cada mês, foram chegando novas faturas. Também a cada mês, novas desculpas da operadora para o fato.
Algumas vezes "caía" a ligação do atendente. Coincidentemente quando não tinham explicação para dar e a ligação estava demorando. (Parece que são avaliados pela demora no atendimento). Numa só vez, tive que refazer a ligação 5 vezes. E em cada uma, contar toda a história novamente...
Em julho de 2005, esgotadas todas as esperanças de solução, recorri à Ouvidoria da Brasil Telecom. Uma semana após, os telefones foram recolhidos. Sete meses após meu primeiro pedido!
Mas os débitos das parcelas no cartão continuaram. (E assim aconteceu até a última das 10 parcelas).
Em setembro de 2005 recebi carta do SPC comunicando que o não pagamento das faturas (!) determinaria a inclusão do nome nos cadastros restritivos.
Informei a Brasil Telecom para que providenciassem a regularização. Quem me atendeu (tenho todos os nomes, horários e protocolos dos atendimentos) assegurou que as ocorrências tinham sido retiradas.
Bela piada. Eles são muito criativos.
Alguns dias depois recebi o comunicado de inclusão no SPC e Serasa.
Em abril de 2006 enviei, por AR, para o Centro de Atendimento ao Cliente da Brasil Telecom (Caixa Postal 26, Campo Grande - MS), todo o histórico do fato.
Imaginei (doce ilusão) que em poucos dias algum "graduado" me ligaria para encerrar a pendência.
Até hoje, NADA!
Em resumo:
a) Assinei um contrato que não foi implantado a tempo por culpa exclusiva da concessíonária. Em comum acordo, o contrato foi cancelado, e a compra dos celulares respectivos não deveria acontecer.
b) Mesmo assim, os aparelhos foram enviados (e faturados). Embora recolhidos pela Brasil Telecom, eles foram totalmente pagos. Nunca recebi o dinheiro de volta (quero com os juros dos cartões de crédito, foi o que paguei). Hoje, essa conta é próxima de R$ 5 mil.
c) Um contrato assinado (depois cancelado) gerou outros quatro "filhotes". As faturas foram emitidas, e a Brasil Telecom confirmou que eram indevidas e seriam canceladas. Mas o nome foi incluído no SPC/Serasa,por falta de pagamento dessas mesmas faturas!
Cada vez que ligava para qualquer setor (Ouvidoria, etc.), recebia como resposta de que “em 5 dias o sr. estará recebendo um retorno”. Até hoje, ninguém me ligou. PARECE OU NÃO UM CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICA!?
PIOR: O ASSUNTO AINDA NÃO TEVE UMA RESPOSTA, MUITO MENOS UMA SOLUÇÃO.
Fosse eu o causador de uma situação acima, talvez tivesse até uma ordem de prisão contra mim!
As empresas podem cometer falhas que causar problemas, mas sua verdadeira face de respeito ao cliente aparece na forma como resolvem esses problemas.
A não ser que tenham MUITO INCOMPETENCIA. Ou, o que parece ser o caso da Brasil Telecom, UMA MÁ FÉ CONSOLIDADA. Proximamente contarei outras histórias da Br Telecom que comprovam que eles só "se enganam" a seu favor.
Sobre esse caso, no Procon, dizem que, por envolver empresa, não é com eles.
No Juizado de Pequenas Causas, sugerem procurar um advogado.
Alguém interessado em pegar essa causa?
Acho que poderá ser muito divertido.
Pago de honorários 30% da indenização.

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